Disautonomia

Definição

Disautonomia é um termo genérico para diversas condições que afetam o funcionamento do sistema nervoso autônomo (SNA), responsável pelo controle de funções automáticas do corpo como frequência cardíaca, pressão arterial, respiração, movimentos digestivos e excreção, por exemplo. 

O sistema nervoso autônomo é dividido em simpático e parassimpático, que devem atuar em harmonia. Quando ocorre desequilíbrio entre as duas partes, surge a disautonomia, que pode se manifestar de modos e intensidades diferentes.

Entre as principais causas estão as doenças autoimunes, diabetes, doenças do tecido conjuntivo e doenças neurológicas como Parkinson, Guillain-Barré, Charcot-Marie-Tooth, Fabry e amiloidose. A forma familiar de disautonomia possui causa genética e pode ser transmitida de pais para filhos no padrão autossômico recessivo. 

Manifesta-se independente do sexo, idade, raça ou etnia, sendo mais comum em mulheres na adolescência ou idade adulta.

 

Tipos de Disautonomia 

    • Síndrome da taquicardia postural ortostática (POTS) – Prevalência comum
    • Síncope neurocardiogênica / neuromediada / vasovagal – Prevalência comum
    • Taquicardia sinusal inapropriada – Prevalência comum
    • Neuropatia autonômica diabética – Prevalência comum
    • Disreflexia autonômica – Prevalência comum
    • Disautonomia familiar / síndrome de Riley-Day – Prevalência rara
    • Atrofia de múltiplos sistemas – Prevalência rara
    • Falência autonômica pura – Prevalência rara
    • Ganglionopatia autonômica autoimune – Prevalência rara
    • Epilepsia autonômica / Síndrome de Panayiotopoulos – Prevalência rara
    • Falência do barorreflexo – Prevalência rara
    • Síndrome cerebral perdedora de sal – Prevalência rara

Sinais e sintomas

A disautonomia pode se manifestar de modos e intensidades diferentes. Seus sinais e sintomas incluem, mas não se limitam a:

  • Taquicardia – frequência cardíaca acelerada;
  • Bradicardia – frequência cardíaca diminuída;
  • Hipotensão ortostática – pressão arterial baixa ao ficar em pé;
  • Hipertensão supina – pressão arterial alta ao deitar-se;
  • Pré-desmaios e desmaios;
  • Tontura e vertigem;
  • Dor de cabeça;
  • Dor no peito;
  • Falta de ar;
  • Fadiga;
  • Pouca tolerância a exercícios;
  • Digestão lenta, constipação;
  • Digestão acelerada, diarreia;
  • Náuseas e vômitos;
  • Retenção urinária;
  • Incontinência urinária;
  • Intolerância ao frio e/ou calor;
  • Boca seca;
  • Anidrose – diminuição na produção de suor;
  • Hiperidrose – aumento na produção de suor;
  • Impotência sexual.

Geralmente, a disautonomia apresenta períodos de piora e melhora. Em casos raros, como na disautonomia familiar (síndrome de Riley-Day) e atrofia de múltiplos sistemas, a doença tem caráter progressivo.

Diagnóstico

O diagnóstico de disautonomia é baseado no quadro clínico e exames que avaliam funções controladas pelo sistema nervoso autônomo, como tilt test (teste da mesa inclinada), ecocardiograma, holter e MAPA. Quando há suspeita de formas hereditárias da doença, exames genéticos podem auxiliar no diagnóstico.

Exames adicionais podem ser solicitados para descartar outras condições que possuem quadro de sinais e sintomas semelhante.

Tratamento

Não existe cura para a disautonomia. Seu tratamento é sintomático, voltado para os sintomas apresentados.

Geralmente, o sistema cardiovascular é o mais afetado. O tratamento inclui mudanças no estilo de vida como observar e evitar possíveis gatilhos para crises, prática de exercícios, aumento da ingestão de sal e água, uso de meias de compressão e medicações como mineralocorticóides e betabloqueadores. Em casos graves, a cardioneuroablação ou uso de marcapasso podem ser necessários.

Quando a disautonomia é secundária a outras condições, o tratamento da doença primária também pode ajudar a amenizar os sintomas.

Não inicie, altere ou abandone seu tratamento sem orientação médica.

Última alteração/revisão – outubro/2023

 

Fontes: esta página tem como fontes principais Orphanet, MSD Manuals, SciELO, Science Direct, e Pubmed.

Fontes adicionais: Dysautonomia International

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Informações gerais

Sinônimos: Transtorno do sistema nervoso autônomo, disfunção autonômica, neuropatia autonômica

Prevalência: Comum ou rara, a depender do tipo

Hereditariedade: Autossômica recessiva ou não aplicável

CID10: G90

CID11: 8D8Z

Principais especialidades: Neurologia, cardiologia